segunda-feira, 15 de junho de 2009

Você sabe.


Repito: Ela é linda. Você sabe. Se me conhece sabe, você sabe.

Por instantes duvido se o coração é anatomicamente ao lado esquerdo do meu peito. Ora sinto compassos na garganta, que dificulta que passe o que a glándula (seca por nãoseioquê) espremeu-se para criar como um último suspiro, que prende a língua e tira a vida dos lábios. Ora pulsa em cada ponta dos meus dedos, fazendo com que eu sinta que tenha vários coraçõezinhos em cada uma dessas extremidades, a palma da mão sua ao tentar um equilíbrio térmico para o calor e a rapidez de tantos corações, sua frio, sua mão, sua palma e seus dedos e corações. Ora não tenho, o coração, mas sim um enorme vazio no estômago entre cazulos se transformando e borboletas inquietas de várias cores que viram orgão fazendo assim correr a cada centímetro do meu corpo glóbulos brancos vermelhos amarelos verdes azuis liláses violetas rosas margaridas lírios girasois orquídeas acácias tulipas alecrins, plaquetas e uns minerais, e quem sabe pedrinhas de gelo (porque não consigo explicar esse frio).

Você sabe?

Ah... essas borboletas inquietas, te conhecem muito bem e dispertam assim que um dos meus sentidos encontra você - por obvio, os demais logo após- . Espertas, chatas, felizes, bobas, que não morrem... nunca.

Assim, como no início, por vezes e várias vezes, não sei dizer onde. Tudo por sua causa, você sabe. Você é linda, você sabe.


... e deve estar linda exatamente agora, nesse instante que te escrevo e cuspo borboletas. Agitadas borboletas, vazios, e vários corações. Você sabe.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Por um tal beco

Nós mereciamos, mereciamos sim, todo aquele metro de tapete vermelho, adimiração dos olhos e o encanto corrente de sorrisos, todos os aplausos do barulho que representa a coisa bela, a saudação, toda essa inveja calada em gestos falsos, sepultada no vazio do querer alheio que é todo meu poder. Poder e não "ter". Mas eu tenho... e como eu tenho.
Mereciamos. Merecemos como poucos merecem.
Mas não, não, não é bem assim.
O tapete de asfalto ou concreto, nesse beco, nem é vermelho, nem macio. Não passamos por ele sozinhas, nem ninguém sabe de nada, meu bem, e os barulhos que eles fazem perturbam a minha cabeça, não são aplausos e nem são nossos os sorrisos. Nem sequer sabem da nossa beleza, e nem há questão em saber.
Por esse beco, nem você anda comigo.
Mas é nosso e é segredo, é o meu segredo. Assim é melhor. É melhor secreto, apesar de nada em mim ser discreto.
É nosso. Estão lá os aplausos tapetes sorrisos correntes barulho de coisa bela... e... e você, você ao meu lado.
Lá está, tudo lá.
Assim passo. Meu amor telepático.
E você fica ai... com sua visão telescópica.


... porque não há mais teso que passe pelo nosso beco, o Amor.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Psicofânia

Hoje, hoje é dia 8, o mais esperado por mim no mês. Antes era o meu aniversário mas perdeu a importância a 8 meses atrás..., na verdade a uns 10, 10 meses.
Eu sei que hoje é dia 8. Eu sei o que é.
As 00:01 eu sabia que hoje é dia 8, não quis te acordar como sempre faço quando ligo (apesar de hoje ser diferente). Escrevo então.
Não sei se está muito frio ou o peso que há sobre meu corpo me impede de escrever, porque está assim... tudo borrado. O preto sujo de branco.
Hoje é dia 8, meu bem, e eu sei que eu não sou o bastante e nem tão especial, sei que o que tenho é pouco pelo que você é, sei que esse vento que eu digo nas minhas letras, aquele que vem e te trás pra mim, é tão pesado que meu equilíbrio se torna um estado de espírito junto com a insustentável levesa que esse mesmo vento trás.
As minhas roupas não me servem mais, amor, mas não foram elas que cresceram, eu encolhi... encolhi junto com a voz e as roupas continuam lá.
E nem adianta tentar, só me vale o teu sorriso, teu sorriso que, comparado comigo, é tão grande e intenso que ocupa todo meu campo de visão, tudo em mim. Posso até caminhar por ele e até sentir o que representa cada espaço na sua boca, cada volta e cada marca. Eu quero abraçar mas é grande de mais.
Me vale isso, isso e mais teus olhos, ahhh... teus olhos, esses que quando eu olho me refletem por inteira, que me dizem mais que a sua voz e sorriem junto com o teu sorriso e desmancham com teu silêncio. Meus olhos e meu sorriso... teus... nossos.
Eu queria te ligar e isso é o que eu menos queria agora, agora eu queria te ver.
Hoje fazem 8 meses. "Hoje fazem 8 dias que eu estou aqui" (pensei isso no dia 06/01/09). Hoje fazem os tão esperados 8 dias do mês. Hoje eu tenho 8 desejos e só um pedido - que já te fiz tantas vezes - que nem sei se mereço, nem se as minhas pernas me sustentam, nem o que basta, o que te basta.
Eu sou uma boba e aqui todo mundo me assusta, vai ver é porque eu sou uma caipira... do interior da civilização. Isso.
Talvez eu não seja a pessoa certa, que te fale coisas certas, que faça coisas certas ou deixe de faze-las. Você não sabe como eu me sinto.
Acontece que... que eu te amo e isso é difícil porque isso é fácil pra qualquer um.
Eu te amo e isso me faz mais feliz do que qualquer outra coisa. Eu te amo e amo ouvir sua voz. Você vai ser o que eu quero, sempre.
Sem egoísmo, eu amo a sua felicidade, seus olhos, seu rosto, seu sorriso, suas mãos, seus ombros caidos, seu jeito de andar. Eu amo a sua existência. Sempre.
Minha psicofânia. Completamente sua.

domingo, 24 de maio de 2009

Veja bem, meu bem.

(...)
E o amigo me perguntou hoje:
- E você sente falta dela? Do cheiro do cabelo dela e de acordar...
E eu:
- Eu sinto, só eu sei... eu sinto, todos os dias e...
Uma pausa, não dava pra falar.
Os olhos continuaram tentando explicar o que eu havia começado, se ele me entendeu eu não sei.
Ficou, calado, me olhando.
Eu não sei pra onde eu olhava, olhava dentro de mim, pros lados...
Ele ficou, calado, me olhando.
Daqui a pouco os olhos dele começaram a me dizer que entendiam assim como os meus tentavam explicar.
E no fim eu disse:
- Não importa, sabe? Esse tempo todo. Eu posso esperar, eu posso não estar com ela daqui a um tempo, posso viver outra vida que eu não esperava, mas um dia a gente se encontra...
(pausa)
Continuei:
- ... um dia a gente se encontra e pode ser que sejamos velhinhas, mas só de pensar nos meus olhos cruzando com os dela... (pausa)... vai ser como se tivessemos 18, de novo.


... porque o amor (o amor que é amor, o meu amor) não envelhece, ou ele tem 12, 11, 10, 9 anos... ou ele espera.

- Sabe?

- Não, não sei.

- Eu sei que não, só a gente sabe.

(Eu só queria olhar, só olhar. Se você pudesse me ver... se você pudesse... apostaria tudo em mim, não mais com os olhos abertos, com os olhos fechados denovo.)

sexta-feira, 15 de maio de 2009

...

Ai amor, amor, deixa disso...
Dessa preocupação boba, do suor caro, dessas horas contadas.
Amor, deixa!
Deixa eu te dizer o quanto você me faz feliz e que o teu sorriso disperta o meu. Dizer que você é linda, que te ver me dá paz, que eu só reparo na paisagem quando penso em você, que aquela casa bonita daquela rua vai ser parecida com a nossa, que vamos ter vasos de flores na sala, uma orquídea na varanda perto do telescópio. Dizer que vamos ter várias almofadas num canto da sala pra gente deitar e tocar violão e rir e se olhar.
Deixa eu te dizer que achei aquele quadro lindo pra por na sala, aquele tapete.
Amor, a cor das paredes, amor! O detalhe nas bordas do teto, a luminária, aquela luz sépia tocando teu rosto e valorizando teus traços por onde meus olhos fazem caminhos, que perdem o foco quando você se aproxima de mais e fecho pra me concentrar em outros sentidos.
Minha vida, deixa... e deixa o resto.
Deixa eu te falar que eu quero te dar o mundo se ele couber no teu sorriso, quero que as tuas lágrimas saibam o contorno dos teus lábios quando teus olhos (os meus olhos) insinuarem felicidade, só assim. Que o nosso lençol vai ser branco pra deixar mais viva a cor dos teus cabelos, que ele vai ter nosso cheiro, nosso porque seremos uma, porque estaremos juntas e tudo vai ser um.
A nossa casa, a nossa cama.
Deixa eu te dizer que vamos passar as férias no trailer e que se ele quebrar a gente conta as estrelas do céu (começando sempre por você, claro), vou te dar sustos com sapos e você vai ficar me chamando de "idsiota" com aquela cara de tadinha.
Amor, me deixa, deixa eu te mostrar os nomes que eu pensei pro nosso furão, minhas histórias pra contar nos sábados ou domingos culturais que faremos sempre.
Vamos falar de nós, amor. Me deixa.
Eu te amo (vai ser o bilhete que eu vou deixar todo dia, colado no espelho. No espelho pra você ver o quanto é lindo tudo que eu amo, o quanto eu tenho sorte... todo dia).
Sabe como vai ser?
É tão leve, tão claro. Um ar que se respira sem peso, sabe?
É tudo nosso, amor. Meu e seu.
Deixa disso tudo ai, amor... me deixa assim.
Eu te amo, como sempre.
Eu te amo todo meu futuro. Eu te prometo se o teu sorriso encontrar a lágrima. Eu te prometo. Meu universo... me deixa assim, viver o que vai acontecer.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Durante o caminho

Vinha em largos passos
Colorindo de esquina em esquina
Um passo após passo
E...
.pingos.
.
.de.
.
.garoa .
.
.fina
.
Música no ouvido ouvia
Cigarra, cachorro e gato
Buzina, voz e prato
Passarinho que pia pia pia
.
Passa em traços à passos
Pelos risos de cada melodia
Nem o pingo da garoa encolhe
O sorriso que no rosto havia
.
No passar de um pingo que passa
De olhos colados ao chão
Olhos que não enxergavam o momento
Perdidos pela vila da imaginação
.
Lá entre botões
Tesouras e carreteis
Pensava nas tuas cartas
Meu coração em papeis
.
Núvens de algodão doce
Todos tamanhos e formatos
Via teus olhos sorrindo
Aqueles que ví além dos retratos
.
Lá onde as horas não passam
Diferente da gota de garoa que no rosto caía
Posso voltar os segundos
Que em um segundo de tempo eu perdia
.
Lá onde saem elefantes da cartola
E o baralho ainda é mais mágico
Onde panos viram borboletas
E as flores parecem de plástico
.
Lá onde posso olhar seu toque
E seus olhos eu posso tocar
Onde a lágrima se forma em vidro
E amo tanto que não cabe em "amar"
.
Mas a rua continua passando...
Um passo e outro depois
No começo eram 13:21
Agora são 13:22...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Pós.

(leia rápido até o "respira" sem respirar)
Existe felicidade mais trágica, a minha, de tanto, tanto, tanto, tanto te amar
Morrer ao fechar os olhos e viver ao te ver acordar...
Morrer sem te ver e viver te vendo e assim vivendo e amando, dormindo e acordando, te amando assim, amando amando... e amando. (respira)

E esse dia tão blasè, tão igual, que nem me surpreende aos olhos?
É você, aquela moça é você, aquele cara é você, o café é você, o papel, a caneta, a tinta é você, o troco, a carta, o livro, a música, a rotina, a minha voz, o meu cansaço, o meu motivo, o meu sorriso é você... e não me surpreende que seja, e não me surpreende que é porque eu te amo, eu te amo.