domingo, 24 de maio de 2009

Veja bem, meu bem.

(...)
E o amigo me perguntou hoje:
- E você sente falta dela? Do cheiro do cabelo dela e de acordar...
E eu:
- Eu sinto, só eu sei... eu sinto, todos os dias e...
Uma pausa, não dava pra falar.
Os olhos continuaram tentando explicar o que eu havia começado, se ele me entendeu eu não sei.
Ficou, calado, me olhando.
Eu não sei pra onde eu olhava, olhava dentro de mim, pros lados...
Ele ficou, calado, me olhando.
Daqui a pouco os olhos dele começaram a me dizer que entendiam assim como os meus tentavam explicar.
E no fim eu disse:
- Não importa, sabe? Esse tempo todo. Eu posso esperar, eu posso não estar com ela daqui a um tempo, posso viver outra vida que eu não esperava, mas um dia a gente se encontra...
(pausa)
Continuei:
- ... um dia a gente se encontra e pode ser que sejamos velhinhas, mas só de pensar nos meus olhos cruzando com os dela... (pausa)... vai ser como se tivessemos 18, de novo.


... porque o amor (o amor que é amor, o meu amor) não envelhece, ou ele tem 12, 11, 10, 9 anos... ou ele espera.

- Sabe?

- Não, não sei.

- Eu sei que não, só a gente sabe.

(Eu só queria olhar, só olhar. Se você pudesse me ver... se você pudesse... apostaria tudo em mim, não mais com os olhos abertos, com os olhos fechados denovo.)

sexta-feira, 15 de maio de 2009

...

Ai amor, amor, deixa disso...
Dessa preocupação boba, do suor caro, dessas horas contadas.
Amor, deixa!
Deixa eu te dizer o quanto você me faz feliz e que o teu sorriso disperta o meu. Dizer que você é linda, que te ver me dá paz, que eu só reparo na paisagem quando penso em você, que aquela casa bonita daquela rua vai ser parecida com a nossa, que vamos ter vasos de flores na sala, uma orquídea na varanda perto do telescópio. Dizer que vamos ter várias almofadas num canto da sala pra gente deitar e tocar violão e rir e se olhar.
Deixa eu te dizer que achei aquele quadro lindo pra por na sala, aquele tapete.
Amor, a cor das paredes, amor! O detalhe nas bordas do teto, a luminária, aquela luz sépia tocando teu rosto e valorizando teus traços por onde meus olhos fazem caminhos, que perdem o foco quando você se aproxima de mais e fecho pra me concentrar em outros sentidos.
Minha vida, deixa... e deixa o resto.
Deixa eu te falar que eu quero te dar o mundo se ele couber no teu sorriso, quero que as tuas lágrimas saibam o contorno dos teus lábios quando teus olhos (os meus olhos) insinuarem felicidade, só assim. Que o nosso lençol vai ser branco pra deixar mais viva a cor dos teus cabelos, que ele vai ter nosso cheiro, nosso porque seremos uma, porque estaremos juntas e tudo vai ser um.
A nossa casa, a nossa cama.
Deixa eu te dizer que vamos passar as férias no trailer e que se ele quebrar a gente conta as estrelas do céu (começando sempre por você, claro), vou te dar sustos com sapos e você vai ficar me chamando de "idsiota" com aquela cara de tadinha.
Amor, me deixa, deixa eu te mostrar os nomes que eu pensei pro nosso furão, minhas histórias pra contar nos sábados ou domingos culturais que faremos sempre.
Vamos falar de nós, amor. Me deixa.
Eu te amo (vai ser o bilhete que eu vou deixar todo dia, colado no espelho. No espelho pra você ver o quanto é lindo tudo que eu amo, o quanto eu tenho sorte... todo dia).
Sabe como vai ser?
É tão leve, tão claro. Um ar que se respira sem peso, sabe?
É tudo nosso, amor. Meu e seu.
Deixa disso tudo ai, amor... me deixa assim.
Eu te amo, como sempre.
Eu te amo todo meu futuro. Eu te prometo se o teu sorriso encontrar a lágrima. Eu te prometo. Meu universo... me deixa assim, viver o que vai acontecer.