Eu sempre fui luz, tentando acender um ponto num buraco negro.
Foi como encontrar um animal selvagem, e me deixar levar pela ingenuidade de achar que eu podia carregar (e cuidar) algo que nunca tivesse a capacidade de me devorar.
Me joguei de olhos fechados, e eu cai.
Cai como se fosse levada por uma enchente, lavada, enxugada, exaurida, subtraída. Eu morri.
Cai como se desse um passo em falso, encontrando a depressão, o vazio, a cova, onde o meu corpo nunca mais deixou de ruir, e eu continuo sentindo o vento do despencar ferindo o rosto, todos os dias, desconfigurando e desbotando o que um dia eu fui, o que eu deixei de ser.
O que se escondeu, com medo de um novo ataque.
O que desapareceu, no escuro.
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
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